Constantine: A Fagulha e a Chama



Os Novos 52 são um caso de ame ou odeie (e as vezes acho até gratuito o ódio). Resolvi me aventurar nas histórias de Constantine nesta fase da editora e para minha surpresa eu me diverti. Constantine continua o mesmo canalha que atinge seu objetivo custe o que custar... Mesmo que isso mate todos os seus aliados. Só por manterem a essência dele assim ganharam meu interesse.

Constantine está em busca de três itens que montam um artefato de extremo poder, e como é de seu feito está trapaceando e enganando como pode para obtê-lo e evitar que caia em mãos perigosas. Enquanto estava na busca da primeira parte, a Agulha, John é seguido por um amigo, Chris, que se envolve na busca o ajudando a localizar o primeiro item. Na viagem de avião para pegar o primeiro item, John percebe que a aeromoça envenenou sua bebida e ele morde a isca e finge estar passando mal e vai para o banheiro. Nisto ela o segue e tenta o abordar e cita que a “chama gelada está queimando” e percebe que não é o único nessa busca. Chegando no destino, Noruega, rapidamente John e Chris acham a agulha, porém são abordados de maneira nada cordial, pela filha de Sargon, Jaimini Sargent. Ela deixa duas escolhas para Constantine: entregar a agulha ou a morte de Chris. Como sempre, visando o que acha ser o bem maior, John foge e continua sua busca.

Agora buscando o segundo item, o Compasso, ele vai para Nyaung e sem delongas já começa a busca pelo objeto, mas logo de cara é raptado. Como bom trapaceiro ele consegue entreter os capangas e ao menos reaver seu tão querido maço de cigarros. Ao chegar ao mandante do rapto John descobre que é Senhor E, um mago poderoso que, para obter o poder que tem, sacrificou sua visão. Ameaçando torturar a alma de Constantine até a morte ele acaba conseguindo a Agulha, porém John consegue fugir dali e ir direto a localização do Compasso, porém nada é fácil na vida do nosso querido trapaceiro. O Espectro vai ao encontro dele e diz que é chegada a hora de Constantine pagar pelos seus pecados e por sacrificar inocentes. John usa de toda sua lábia e consegue convencer o espírito da vingança que somente ele seria capaz de manter o artefato longe das mãos de quem o usaria para o mal. Após isso ele se dirige a Londres para obter o item final, a Lente.

Chegando em Londres, Constantine começa a passar mal graças a uma maldição que foi colocada nele, e mal se aguenta em pé. Ele é recebido por uma antiga amiga chamada Jules. Mesmo com um carro preparado para resistir a maldição a vida de Constantine continua em constante perigo e eles acabam sendo levados para uma armadilha mágica. Lá uma criatura chamada O Carniceiro Enigmático diz para eles se enforcarem e pouparem um destino ainda pior, porém John replica que tem um acordo para oferecer a criatura. Fora da armadilha eles conseguem enfim chegar ao local onde se encontra a Lente e John diz para Jules seguir em frente, pois o perigo ali seria enorme. Como ele já esperava a filha de Sargon e o Senhor E estavam no local torturando o proprietário da loja, e haviam preparado uma armadilha logo na entrada para ele, um círculo mágico. Porém, John estava preparado e o acordo que fez com o Carniceiro era: vingança para a criatura que foi colocada ali por Sargon e as lentes do artefato, estas estavam nos olhos do dono do local. Em toda a confusão que ocorre com a chegada da criatura, Constantine consegue fugir e rapidamente sai de Londres antes que a maldição o mate.

Constantine volta a Nova Iorque e resolve tirar uma “folga” e ir ver os amigos. Ele vai para o bar do Lloyd e lá é abordado pelos capangas do Papa Midnite, que o agridem e o levam quase inconsciente. Quando chegam lá, Papa Midnite está com dois membros do culto da chama gelada (um vivo outro zumbificado). Ele está furioso com Constantine por ter tomado um item dele e planejava torturá-lo até a morte, mas ele tinha uma contingência e logo estava de volta ao seu dia de folga. Ele segue para visitar Zatana para avisar sobre a atual situação de Jaimini, que era amiga dela. Depois de uma conversa pouco amistosa ele segue sua caminhada pela cidade e percebe que esta sendo seguido desde cedo e confronta o homem que o seguia. Este estava a serviço do culto também, mas John o poupa e o rouba para servir como desculpa para dizer que o perdeu de vista.

A seguir vem uma história que tem ligação com a Guerra da Trindade, é bem simples e mostra Constantine tapeando Billy Batson, roubando seus poderes temporariamente e sendo feriado gravemente. Enquanto ele está beirando a morte, no plano astral seu falecido amigo Chris surge e não esta nem um pouco feliz. Lloyd tenta contatar Zatanna, mas ela não atende o celular e o culto da chama gelada envia seus lacaios para matarem John, o que força Lloyd a entrar em combate. Quando ele estava prestes a ser dominado, Papa Midnite chega e mata todos os inimigos restantes de uma vez. Lloyd convence Papa a curar as feridas de Constantine e o salva, mas o culto da chama gelada consegue acesso ao local que ele guardava todos os artefatos mágicos, sendo assim apenas o início dos problemas de Constantine.

Esse primeiro volume de Constantine Novos 52 é interessante, tem uma boa narrativa e uma arte que combina com a história e tem um bom ritmo. Mostra bem como é a vida de John, com suas trapaças e toda a desgraça. Para os fãs da fase do personagem na Vertigo pode ser leve demais, pois originalmente as histórias eram para público maduro, mas acho que vê-lo interagindo no universo da DC tem sido interessante. Não é uma obra prima, mas desperta o interesse em seguir lendo e ver que fim levará essa trama do culto da chama gelada.



À Prova de Balas: Fazer o Impossível


Em 2011, com o renascer do universo da DC, foi dado a Grant Morrison a tarefa de escrever uma nova origem para o homem de aço. Colocando o herói num tom mais forte, mas ainda sendo o escoteiro que todos conhecemos, o grande arco de estreia do evento foi extenso e complexo, e brincou com a cabeça do leitor.

Grant resolveu honrar as origens de 1938 do personagem e mostrou Clark evoluindo de um vigilante até o status de herói. No começo da carreira ele não usava seu traje característico, mas sim uma camisa com o símbolo de sua família de Krypton, uma calça jeans surrada, coturno e uma capa kryptoniana indestrutível. Ele estava desenvolvendo seus poderes, sua força já era incrível, já usava a visão de calor e super-velocidade, porém sua resistência não era tão monstruosa, e podia ser nocauteado. O personagem perdera seus pais no fim do ensino médio, e fez de tudo para honrar o que eles o ensinaram; assim, decidiu agir como vigilante, buscando trazer à justiça pessoas mal-intencionadas, deter crimes e salvar pessoas em perigo. Como na versão original de 38, ele não era tão bonzinho com bandidos: os intimidava ensinando que a cidade estava sob a proteção dele.


Como jornalista, Clark começou a carreira não no Planeta Diário, mas sim no Estrela Diária (outra referência ao de 1938). Além disso, ele mantinha um blog de jornalismo investigativo que usava para veicular suas matérias em busca de desmantelar esquemas ilegais. Em seu trabalho, era destemido e corria atrás da verdade a todo custo. Não tinha ameaça ou suborno que dobrasse o rapaz de Krypton. Como era de se esperar, ele tinha inimigos bastante poderosos no meio de empresários corruptos e alguns policiais que estavam na lista de pagamento deles. Clark nunca temeu nada dos resultados disso, não apenas por ser invulnerável, mas também pelos ensinamentos de Jonathan e Martha Kent.

Enquanto isso, a figura do Superman ainda era um mito em Metropolis, mas suas ações se tornavam mais notórias a cada dia. A polícia descobre a verdade a respeito de sua existência enquanto o mesmo buscava obter uma confissão de um cidadão chamado Glen Glenmorgan, CEO da Galaxy Inc., que estava envolvido em atividades ilegais. E não apenas isso: descobrem também que o homem de aço não poderia ser detido por balas. 


Os constantes atos do chamado Superman deixaram o governo em alerta. Quando Clark chegou a Terra o governo apreendeu sua nave logo depois dos Kent acolherem ele. Em posse dela, ela foi estudada e concluíram que não tinha origem na Terra e com as habilidades demonstradas pelo Superman começaram a se preocupar com a presença de um alienígena entre eles. Em resposta a uma possível invasão alienígena no planeta, os militares já estavam desenvolvendo uma armadura chamada Metal-Zero com o auxílio de John Irons e Lex Luthor. Este fazia questão de afirmar que Superman era o primeiro, e que estava preparando terreno para uma invasão de larga escala.

Enquanto Clark se preocupava em fazer uma matéria para botar Glenmorgan atrás das grades com a confissão que arrancara dele, Luthor elabora uma emboscada que faria até mesmo o homem de aço suar. O empresário arma uma série de eventos envolvendo desde a destruição de apartamentos condenados que estavam habitados até à maior bala que o vigilante deveria sobrepujar: um trem bala desgovernado, a bordo do qual se encontravam Jimmy Olsen e Lois Lane. Clark trabalhava na Estrela Diária na época, e Lois e Jimmy no Planeta Diário, o que gerava certa hostilidade quanto ao trabalho por parte da Lois. Superman consegue correr rápido o suficiente para evitar uma tragédia, mas o impacto ao ser atingido pelo trem bala o deixa desacordado. Dessa forma, Luthor cumpre a tarefa de capturar o alienígena, dada pelo General Lane, pai de Lois (que não ficou nada feliz ao saber que sua filha estava no “projetil” utilizado para neutralizar o homem de aço).

Em posse do exército, Superman passa por horas de tortura nas mãos de Lex, enquanto este testava a resistência do herói. No entanto, Luthor cai no erro de falar demais e dá ao prisioneiro o tempo necessário para recuperar as forças. Este quebra a cadeira à qual estava preso e, derretendo as armas dos soldados que tentam pará-lo, busca sua capa, que havia sido pega para testes. Ao se dirigir para uma saída, ele acaba encontrando sua nave, que parece tentar se comunicar com ele. Porém, sem tempo para leva-la, corre para sair dali e saltar para fora da vista (Não sem antes cumprimentar Lois, quem encontrou em meio ao trajeto). Após o ocorrido, John Irons se demite, não querendo envolvimento nos atos de Luthor. Para Lex, entretanto, o ocorrido foi a demonstração de que o Metal-Zero é mais do que necessário enquanto o voluntário John Corben apresenta-se mais do que disposto a se submeter ao projeto.

Nos dias seguintes tudo começa a desmoronar na cabeça de Clark: Glenmorgan consegue promover uma campanha bem-sucedida de ódio contra Superman, fazendo toda a confiança que ele havia ganhado sumir. A rejeição foi tamanha, que ele acaba desistindo de sua identidade como herói, continuando apenas com suas investigações para o jornal. E bem no meio de uma delas, uma grande ameaça se revela, justo quando Jimmy e Lois estão juntos com ele. A fábrica aonde estavam fazendo uma matéria que deveria estar fabricando peças para vagões de metrô começa a produzir robôs, (que diga-se de passagem, não são nada amigáveis). O caso não era isolado, robôs surgiam pela cidade toda e diziam a mesma coisa: “Terminautas devem preservar artefatos de importância”. A mídia, que até pouco estava massacrando Superman, agora pergunta se ele irá intervir e provar não ser parte dessa invasão. No mesmo momento Luthor estava começando o processo do Metal-Zero e John Corben já estava mais do que ansioso para virar a arma que seria capaz de enfrentar o homem de aço. Quando o processo se inicia, uma tecnologia alienígena toma conta do traje e toma controle dele, fazendo-o atacar a instalação e sair gritando à procura de seu rival. 


Nesse ponto, os Terminautas se identificam como enviados do Colecionador de Mundos e dizem que estão ali para preservar a cultura de planetas em extinção. Depois de ver a situação só piorando, Clark volta a cidade como Super e começa a travar uma luta contra o grande exército de homens máquina. Quando Metal-Zero encontra Superman, finalmente um desafio a altura surge, e Clark começa a perder a luta, ainda sendo atacado pelos Terminautas. Quando parecia que seria capturado, John Irons surge em uma armadura de batalha e consegue dar cobertura para o homem de aço. Os dois juntos consegue fazer Metal-Zero recuar, mas já era tarde pois o Colecionador já havia conseguido cumprir seu objetivo: Abduzir a parte central de Metrópolis. 


Restou para Clark dar um jeito de chegar até o Colecionador (que estava no espaço) e conseguir desfazer todo o caos que acabou de presenciar. O detalhe que ele ainda não voava, mas isso não o impediu de tentar. Correndo como nunca correu, ele salta tão alto que consegue sair de orbita e pegar um impulso final em um satélite para conseguir chegar até a nave do Colecionador. Na nave do Colecionador, ele descobre que a capital de Krypton, sua terra natal, está lá assim como várias outras, todas miniaturizadas. Além disso, sua nave também havia sido capturada. 



O combate contra o Colecionador de Mundos começa, levando o homem de aço a superar seus limites cada vez mais. O Colecionador acaba contando sobre Krypton para ele e sobre os artefatos que tinha em sua coleção, e Clark usa isso a seu favor: ele consegue se desvencilhar do inimigo e pegar o traje Kryptoniano, que é indestrutível assim como a capa que ele usa. Dessa forma ele passa a lutar praticamente protegido de todo ataque que recebe do inimigo. Quando as coisas parecem ir bem, mais máquinas entram na batalha, e no meio delas, John Corben no traje Metal-Zero.

O Colecionador começa então a tornar permanente o que fez com a Metropolis. Clark usa a cabeça e pega sua nave, que estava miniaturizada e a utiliza como um projetil para consegue destruir a máquina que era o Colecionador, salvando a cidade nos últimos minutos. Usando a tecnologia da nave, ele consegue dar o comando para ela desfazer tudo que foi feito. Depois da exaustiva batalha, Clark enfim consegue descansar. O Colecionador, que também se apresentou como Brainiac, bateu em retirada e a ameaça dos Terminautas foi desativada e Metal Zero, voltou a ser apenas John Corben, preso no traje. Graças ao grande ato de heroísmo que Superman realizou, ele enfim ganhou a confiança da cidade e prometeu que seria o herói que ela precisava.

Parecia que a grande ameaça havia acabado, mas estava bem longe disso. Depois desse grande evento, a vida de Clark parece ficar confusa: ele começa a reviver acontecimentos de seu passado, se esquecer de coisas e perder a noção do tempo. Para piorar, um dos homens que trabalhavam para Glenmorgan se suicida em frente ao Estrela Diário, mesmo com Clark fazendo o possível para o homem não detonar a bomba que estava usando em seu colete, sem sucesso. Clark Kent morria ali e Superman surge tentando salvar o máximo de pessoas pegas na explosão. A partir dali ele segue operando apenas como Superman, e sente que acabou sendo pior ficar sem sua identidade. 

Com o desenrolar da história, tudo começa a se desenrolar e se encaixar, Clark descobre o porquê de sua vida estar tão confusa e o porquê de eventos que deveriam ser impossíveis. Ele está sendo caçado por uma entidade de outra dimensão, que o está atacando através de várias épocas do tempo tentando conseguir passar o Homem de Aço para trás. Contudo, devido a perspicácia de Clark, isso se prova praticamente impossível, pois mesmo em desvantagem ele consegue resolver o enigma, que vinha de outra dimensão, em vários períodos do tempo e formando uma tropa anti-superman e consegue desmantelar o ataque covarde à sua vida.

Com uma construção oscilando entre o épico e o confuso, este grande encadernado apresenta uma nova origem do homem de aço de maneira incrível e inovadora. Resgatando elementos das histórias de 1938, Grant Morisson apresenta um Superman ainda jovem, apenas começando a carreira de herói, e o desenvolve até o símbolo de esperança com o qual estamos acostumados. A maneira com que a história desenvolve-se ajuda os leitores que nunca conheceram a fundo o personagem a se identificar melhor com o escoteiro. Uma leitura mais do que recomendada para amantes e também para quem não conhece o personagem. 


Superman Crônicas Volume 1: Onde Tudo Começou


Há algumas décadas os quadrinhos não contavam com a presença de tantos heróis como nos conhecemos hoje em dia. Não tinha DC e nem Marvel e devemos muito há um personagem pelo "boom" dos heróis. E é ele, o bom e velho Superman. Diferente do que conhecemos, o original passava longe de ser um escoteiro porém já lutava pela justiça e verdade, mesmo que usando de meios que o atual Superman nunca adotaria em suas táticas.

"Dedicado a ajudar os indefesos e oprimidos, há um homem misterioso chamado Superman. Possuindo superforça, ele pode pular 200 metros, correr mais rápido que um trem expresso, erguer pesos tremendos e esmagar aços com as próprias mãos! Seus espetaculares feitos de força tornam-se mais aparentes dia após dia!". Texto encontrado logo no começo de Action Comics nº 6. O Superman desta época não voava, não tinha visão de calor e muito menos sopro congelante. Seus inimigos eram criminosos comuns, os quais não tinham a mínima chance contra sua absurda força física. Conforme as aventuras iam passando, alguns outros poderes surgiram: visão de raio-x e super audição, ajudando o personagem em suas investigações.


A origem do personagem é praticamente a mesma, o filho enviado de um planeta que iria ser destruído, chega a terra e é adotado por um casal de boas pessoas. A diferença que o Sol não tinha nenhum influência sobre seus poderes, e sim que sua estrutura física era milhões de anos mais avançada do que a dos humanos. Criado sendo instruído para não revelar seus dons, ele adota a identidade secreta de Clark Kent. O falecimento de seus pais foi o ponto decisivo que levou ele a enfim agir como Superman. Diferente do que foi estabelecido anos depois, Clark era apenas o disfarce e a personalidade real era a do Superman, mostrando que ele priorizava acima de tudo ajudar quem estivesse em necessidade. Falando bastante com os punhos, mas também tinha frases de efeito para intimidar seus inimigos, fazia questão de demonstrar suas habilidades, das mais diversas maneiras, seja para intimidar ou nem precisar começar uma luta, servindo também como boa forma para interrogar alguém mais decidido a ficar de boca fechada.

Os casos que Superman resolvia eram muito mais urbanos e comuns, sendo desde um sequestro ou assalto até algo mais complexo, ele até investigou e deu fim a uma guerra gerada por interesse de terceiros, além de outros problemas maiores. Imagine nosso herói fiscalizando o trânsito e dizendo que iria pessoalmente lidar com infratores, ou até ele destruindo propriedade pública visando o bem maior... sim, ele já fez coisas assim. As histórias eram bem mais diretas e simples, e nosso herói era severo e aplicava medo nos bandidos que não se submetiam a justiça aplicada por ele. Alguns que tinham o azar de cruzar seu caminho levavam uma grande surra e outros desmaiavam de medo. Como já disse, repito agora: ele não era nenhum escoteiro. Ele não ligava de bandidos morrerem e até matava alguns (ele atirou um capanga 200 metros no ar, e caiu no meio de uma floresta). Tudo isso tinha a grande influência da sociedade da época, que era refletida de maneira clara nas histórias. Neste primeiro volume, ao final é revelado o vilão Ultra-Humanóide, e este revela que Superman estava interferindo em várias de suas operações criminosas e decide ele mesmo tentar eliminar o herói, sem nenhum sucesso.


Clark Kent era extremamente tímido, calado e até covarde. Essas diferenças tão gritantes eram justamente para ninguém conseguir associar os dois, além de que os criadores faziam questão de deixar explicito que Clark era encurvado e desastrado enquanto quando o Superman tomava a frente, ele tinha postura e atitude confiante. Clark era odiado por Lois, justamente por ser covarde e não se defender hora alguma, o que realmente o tornava de certa forma chato e tedioso. Porém devido a Lois se interessar por Superman apenas por ser extremamente forte e atraente, ele se vingava em algumas atitudes com ela. Quando Lois admite estar apaixonada por Superman, Clark precisa sair da frente dela para conter suas gargalhadas por ela não desconfiar que o homem que ela tem asco é o que ela ama também.

A arte da época era bem simples e sem muitos detalhes, usando apenas dos balões e quadrados para comunicar e na sequência crua dos "quadrinhos". Na época os quadrinhos eram mais simples em arte e os enredos não tão densos, mas contavam histórias divertidas e simples de acompanhar. Jerome Siegel e Joe Shuster conseguiram criar o primeiro super-herói que veio a ser responsável por praticamente todo o gênero, de uma mitologia moderna de seres em tarefas para ajudar a humanidade, seja combatendo o crime ou derrubando conspirações... ou como hoje em dia em batalhas contra deuses, seres espaciais e muito mais.

Uma paixão


Quando uma paixão persiste por toda sua vida, isso quer dizer que provavelmente ela nunca vai deixar você. Aquela coisa que persiste em sua vida, mesmo que seja pequena ou grande, que alguns achem fútil ou vejam o valor que você da, sempre vai estar lá. Para mim uma dessas paixões foram as HQs (histórias em quadrinhos) que hoje em dia estão sendo chamados também como graphic novels. Mesmo que na época da faculdade estive afastado, acompanhando apenas um título, a admiração esteve sempre lá. E alias, com a "Era de Ouro" que as HQs vem tendo nos cinemas tem sido uma década de sonhos nas telas.

Leitura pra mim sempre foi uma bela maneira de esquecer problemas, de relaxar e viajar por aí, de enfim sair da rotina. Por mais que goste de livros, sejam de fantasia, investigação ou ficção para mim nada supera uma boa HQ. Primeiramente, as artes dão vida para as histórias ali contadas, e alguns escritores fazem com que simplesmente você se sinta ligado aos personagens. Algumas historias tem tramas tão envolventes e bem contadas que acabam te servindo de inspiração e ensinam grandes lições.

Desde pequeno eu era, e ainda sou, um grande fã do Peter Parker, também conhecido como Homem-Aranha. Um cara comum, trabalha, tem amigos e suou para se formar com louvor. Devido uma tragedia em sua vida e um evento que lhe deu um dom, virou um "vigilante". Agora imagine, uma pessoa colocar sua vida em risco contra lunáticos em armaduras, com poderes absurdos e até conspirações compostas simplesmente para te enterrar a 7 palmos debaixo da terra? E ainda tem um azar tão grande que seu sobrenome vira até termo para isso? E mesmo assim ele nunca desiste, continua vivendo pensando em como fazer o dia melhorar. Dias tristes? Ele também tem, mas não são eles que vão o derrubar.

Podem até achar que é apenas algo bobo, mas eu sempre vou olhar para essas historias como a mitologia moderna, que além de ser um prato cultural rico em "vitaminas" servem para dar uma certa dose de inspiração em nossas vidas. Afinal, uma hora ou outra, todo mundo precisa de um herói. E é sobre isso que o blog se trata, falar sobre tudo isso que tanto gosto.